terça-feira, 4 de junho de 2013

Depoimentos sobre a leitura

 Vamos contar como a leitura entrou, mudou e faz a diferença em nossas vidas...



ANI GEORGES ASSAD
Uma experiência marcante na minha vida aconteceu comigo ainda muito criança. Cheguei ao Brasil com meus pais com a idade de dois anos. Por ser ainda pequena, ficava com minha mãe a qual conversava comigo em árabe. Quando chegou a hora de ir à escola, fui matriculada, por sugestão de parentes que já moravam aqui, num colégio conceituado de ensino religioso. Entrei na escola sem saber falar o português tão pouco entender a língua. No primeiro dia de aula, reparei que eu não entendia o que falavam, pois todos emitiam ‘ruídos diferentes’. Porém percebi que a professora estava pedindo a cada garotinha da classe que repetisse a sequencia de palavras que estavam escritas na lousa. Por ser dotada de uma memória privilegiada, eu consegui, naquele pequeno espaço de tempo, decorar a relação e me preparei para repetir o ‘som’ daqueles vocábulos quando fosse a minha vez na arguição. Embora estivesse confiante da minha participação na ‘brincadeira’ a professora trocou a ordem das palavras na minha vez. Errei todas e por conta disso, fiquei de castigo na hora do recreio.
Convivendo com essa adversidade, concluí naquele momento da minha infância que deveria aprender a reconhecer as palavras para não ser punida na hora do recreio e poder brincar com minhas coleguinhas.
Foi dessa maneira que eu iniciei meu convívio com a leitura.
Depois de pouco tempo, nos tornamos boas e inseparáveis amigas. Literalmente os obstáculos foram propulsores. 

Hoje amo escrever HAI-KAIS. Doses de sabedoria repletas de magia e encantamento.

Dedico esse Hai-kai a vocês, professores:

Lousa e mestre
pó de giz e vontade
onde está o aluno?

Ani Georges


DANIEL PETRAVICIUS

Na verdade eu não sabia bem o que escrever, mas lembrei de uma história da minha infância/adolescência. Eu nem sempre ia atrás de livros para ler, mas minha mãe tinha uma técnica infalível para me fazer ler. Ela pegava um livro, e lia as primeiras páginas da história para mim. Daí, na curiosidade, eu acabava lendo até o fim para ver o desfecho da história hahaha.
Acho que essas coisas (hábitos) acabam vindas de casa mesmo geralmente, acho que se não fosse por isso nessa época da minha vida, talvez eu fosse mais "relaxado" com leitura hoje em dia.
Aliás, minha mãe está sentada perto de mim agora e eu comentei desse breve relato que fiz e ela comentou outro:
Diz que quando eu era pequeno, haviam vários livros infantis em casa e antes de eu dormir ela lia para mim na cama. Dai, um dia quando ela estava com febre e de cama, eu peguei um dos livros e mesmo ainda sem saber ler direito ainda, eu contei as histórias mostrando as figuras para ela ao lado dela na cama.
Achei bonitinho isso, mas não me lembro desse episódio com muitos detalhes, devia ter uns 3 ou 4 anos.

Gostei, no final das contas, acho que sou um filho coruja hahahahaha.

DULCELENA HOLTZ LEME


Colegas, na minha infância, ao ter contato com as primeiras letras da cartilha Sodré, na minha cidadezinha, senti como expressou Danuza Leão “Só queria ficar no quarto lendo, lendo, lendo." Depois, o conhecendo os primeiros livros, menina e moleca me identifico com Newton Mesquita relembrando a sua infância “ Antigamente, quando eu era moleque, eles me pegavam pelas histórias, porque me davam a possibilidade de ir a outros países, conhecer outras civilizações, outras pessoas, ver como elas viveram, o que pensaram, descobriram e escreveram ”.Depois o sentir que a leitura me proporciona e as poesias que minhas tias me ensinavam a recitar posso me identificar  com Anna Verônica Mautner “Ainda bem que poetas existem para falar sobre a dor do ressentimento, sentimento horrível que nos faz culpar outros”. Hoje concordo com o  Psicanalista Contardo Calligaris “A função essencial da literatura, a seu ver, é a de libertar o ser humano: sonhar. A vida é inventada a partir de uma combinatória de sonhos que já foram sonhados." E ainda acho que faz razão para mim quando  Nina Horta, dona de bufê, se expressa: “Não consigo nem imaginar como teria sido minha vida sem eles, pois é deles que vêm quase todas as minhas referências.” 
Abraços,

Dulcelena
ANGELA MARIA

Frequentei o "Jardim de Infância" aos seis anos e aos oito iniciei a primeira série por falta de vaga.
O processo de alfabetização ocorreu através da cartilha "Caminho Suave". Fiquei encantada quando aprendi a ler e em casa relia as palavras, pois era o meu único livro.
Como Gilberto Gil, eu também tive uma avó que me apoiava e estimulava.
Sempre gostei de estudar, mesmo com a precariedade de recursos da escola, pois não tinha biblioteca e as professoras dispunham da  lousa, giz e algumas gravuras para a  produção das nossas "Descrições". 
Nas séries seguintes, adorava fazer os mapas utilizando os moldes para contorno e preenche-los a mão livre, os relevos, serras, rios, etc.

A minha opção pela profissão ocorreu devido a essa escola, que para nós alunos e professores, não importava os recursos e sim o acesso ao conhecimento.

CLAUDIO EDUARDO BRAVO IDALGO

DAVID FRANCISCO ROCHA CAMARGO


DJALMA BENEDITO ALVES

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